Todos têm acompanhado a repercussão da crise da água no Rio de Janeiro. Isso tem sido evidenciado até na imprensa internacional, como na matéria do jornal The Guardian e no site da Fox News.
De acordo com a matéria da Fox News, água potável se tornou uma mercadoria valiosa, “especialmente no pico do verão, quando as temperaturas atingem 120 graus F.” Aproximadamente 48º celsius.
“Carnaval começa no Rio, mas turistas enfrentam água contaminada
Trajes sexy, bandas, festividades, desfiles selvagens - e águas turvas.”
A população tem sofrido desde janeiro com a água turva, barrenta, com mal cheiro e gosto ruim. Porém, segundo enquete realizada no Facebook pelo Jornal Extra, ainda há aproximadamente 28 bairros da cidade do Rio e 3 municípios da Baixada Fluminense, que ainda retratam problemas com gosto ruim da água distribuída pela CEDAE.
Já na Baixada Fluminense, os 3 municípios que ainda possuem problemas com a água são: Duque de Caxias, Nova Iguaçú e São João de Meriti.
Além da Crise da Água no Rio de Janeiro enfrentada pela população, a CEDAE teve que fechar as comportas da entrada principal da Estação de Tratamento Guandu no dia 03 de fevereiro, por causa de excesso de detergente no manancial onde é captada a água. Segue parte da nota da CEDAE:
Veja nota completa no site da CEDAE: https://www.cedae.com.br/Noticias/detalhe/presenca-de-detergente-em-manancial-interrompe-producao-na-eta-guandu/id/447
Em nota, a CEDAE afirmou que esse detergente veio decorrente das fortes chuvas que haviam ocorrido, trazendo assim até o ponto de captação.
Além desses transtornos, há uma pilha de rejeitos de siderurgia (lixo químico), uma montanha de escória de aciaria no bairro de Brasilândia,em Volta Redonda. Esse lixo químico é depositado pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) a apenas 50 metros das margens do Rio Paraíba do Sul, rio esse que abastece 80% da população do estado do Rio de Janeiro.
Pra você entender melhor, escória de aciaria é um subproduto da produção do aço, ou seja, é como um resíduo gerado em siderurgias na etapa de refino do aço.
Porém a escória de aciaria pode ser reutilizada em outros processos como pavimentação de vias e estradas, blocos para utilização na alvenaria de edificações, podendo ser uma alternativa sustentável para produção de concreto (veja mais no Blog Reciclos ).
Os resíduos que já formaram uma montanha, ocupam uma extensão de aproximadamente 300 mil m² e possui mais de 30 metros de altura. Todos os dias são depositados nesse local 100 caminhões de escória de aciaria.
Segundo especialistas, todo esse resíduo contamina o solo, lençóis freáticos, o ar, prejudicando assim a saúde de milhares de pessoas que moram nas redondezas. Caso ocorra algum acidente ambiental como como uma tromba d’água ou um deslizamento será catastrófico o impacto ambiental, como também socioeconômico.
Segundo o site Terra, tromba d’água é uma nuvem funil que se forma sobre um corpo d'água e que se prolonga da base da nuvem até tocar a superfície da água, ou seja, ela se parece muito com um tornado, porém ocorre na água.
Saiba mais sobre a montanha de escória de aciaria, riscos para a população e meio ambiente, através dessa reportagem do SBT de apenas 3 minutos e 56 segundos. Apenas para constar, a CSN foi multada em R$20 mil por dia, até reduzir a montanha.
https://www.youtube.com/watch?v=ZcJsrbqAuk4
Com tantos acontecimentos em relação a qualidade da água, é preciso estar atento a como temos cuidado desse bem tão importante à vida. O Rio de Janeiro viveu um momento muito tenso com a Crise da Água, e ainda está vivendo pois ainda há relatos de regiões que não voltaram ao normal.
E mesmo que segundo a CEDAE a água já esteja normalizada, a desconfiança da população ainda faz com que muitos recorram aos supermercados, armazéns ou depósitos de bebidas para comprar água mineral, que teve seu preço disparado pela alta procura.
Segundo nota no site do PROCON-RJ “A variação de preço mais significativa encontrada foi de 95,97% para água mineral Minalba de 1 litro e meio entre estabelecimentos da Zona Sul”.
Não podemos esquecer, quantas vezes vimos imagens na internet e até nós mesmos ao chegarmos ao mercado vemos que acabou a água mineral.
Tudo isso serve para nossa reflexão, em como temos tratado e cuidado da água potável. A CEDAE pode ter conseguido controlar a geosmina, que provocou essa crise na qualidade da água do Rio de Janeiro, porém precisamos estar atentos a cuidados básicos como saneamento para evitar que o esgoto não tratado caia em nossos mananciais.
Outro fator importante é o descarte correto do lixo, principalmente lixo químico, como vimos aqui na matéria.
A montanha de aciaria, depositada pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) à 50 metros das margens do Rio Paraíba do Sul em Volta Redonda (RJ), pode desabar e fazer um estrago infinitamente maior do que a Crise da Água que o Rio de Janeiro tem enfrentado.
Além do alto impacto ambiental, a população sofrerá com o impacto socioeconômico, pois há o risco da paralisação por tempo indeterminado do fornecimento de água de várias cidades do Vale do Paraíba da Baixada Fluminense e do município do Rio de Janeiro.
Precisamos fazer nossa parte em cuidar da água e cobrar também dos órgãos públicos por soluções competentes. Além de não desperdiçar água, devemos economizar não apenas nos momentos de crise, mas antes de qualquer crise, para que tenhamos tempo junto aos órgãos competentes de acharmos uma solução.
Faça sua parte aí na sua casa, seja consciente. A CSN depositou toneladas de lixo químico ao lado de um rio super importante para o Rio de Janeiro, mas e você? Quanto tem sujado sua cidade jogando lixo em qualquer lugar?
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Até a próxima!
