O caminhão-pipa tem uma história antiga com a humanidade. É uma história de evolução no decorrer da trajetória do ser humano. Desde a antiguidade o homem precisava transportar água de um ponto a outro, fosse para consumo próprio e da família, fosse para irrigação, enfim, a necessidade de transportar água sempre se fez presente no nosso cotidiano.
Se quiser saber mais sobre a história do transporte de água leia esses posts que preparamos com carinho pra você:
Importância do caminhão-pipa na história da água
Transporte de água no Rio de Janeiro dos séculos XVI ao XVII
Sendo assim, o caminhão-pipa é a evolução do transporte de água. Ele é um facilitador, principalmente nos tempos atuais em que a demanda por água é muito grande, pois há um crescimento populacional constante e hoje temos vários tipos de usos da água.
Com esse avanço também crescem as responsabilidades para com o meio ambiente e sobretudo com a saúde da população. Em outro post explicamos como era o transporte de água no Rio de Janeiro entre os séculos XVI ao XVII, por exemplo. Para que a água chegasse a casa das pessoas era utilizada mão de obra escrava. Quem não dispunha desse tipo de mão-de-obra, adquiria água com os aguadeiros, que eram escravos e indígenas que exerciam o comércio das águas. Por causa dos seus senhores eles ofertavam água de porta em porta, levando cabaças cheias de água na cabeça para vender. Os aguadeiros anunciavam nas ruas gritando “Hi! Hi!”, da língua indígena tupi.
No período colonial esses escravos homens, carregavam barris com até 15 ou 16 galões de água sobre suas cabeças. Também havia aqueles que usavam carroças para carregar tonéis. Parece inimaginável carregar todo esse peso sobre a cabeça! Mas, essa imagem da cabaça sobre a cabeça é muito comum se olharmos os antigos. Era comum no antigo Oriente Médio as mulheres carregarem água para o consumo de animais e da família. Sem precisar ir tão longe, no Nordeste do nosso Brasil isso ainda é uma prática comum em algumas localidades que não possuem acesso à água potável encanada.
O caminhão-pipa trouxe uma facilidade em ter acesso a água potável. O transporte de água não precisa mais ser feito de forma pesarosa e muito mais pessoas têm acesso mais rápido a esse bem precioso.
Hoje em dia, se você precisa encher uma piscina, basta ligar e pedir o caminhão-pipa. Se a água do seu reservatório acabou, o caminhão-pipa facilita sua vida, pois você não precisa esperar a água chegar da concessionária para fazer suas atividades. Um hospital não precisa ficar congestionado devido a falta de água, pois o caminhão-pipa pode entregar grandes volumes de água para atender às necessidades urgentes das pessoas que estão naquele local.
Mas, mesmo que o caminhão-pipa traga muitas vantagens é preciso estar atento às empresas que fornecem esse serviço.
Mas, você sabe de onde vem a água que o caminhão-pipa transporta? Há dois tipos de procedência da água. Algumas empresas compram água potável das concessionárias de água e esgoto e revendem essa água. Aqui no Rio de Janeiro temos a CEDAE, mas há empresas privadas no ramo também, como as Águas do Rio. Cada região tem uma concessionária responsável pela distribuição de água e tratamento de esgotos.
Além dessas empresas que compram a água potável das concessionárias, há aquelas que têm poço próprio, que é o nosso caso, aqui no Água Menezes. Para empresas que possuem poço próprio há regulamentações que devem ser seguidas para preservação do meio ambiente e para proteger a saúde da população.
O INEA sempre combate empresas clandestinas de caminhão-pipa, pois há empresas que furam poços de forma ilegal, e furar poço sem autorização dos órgãos competentes é crime ambiental! A perfuração clandestina pode causar danos aos lençóis freáticos e bacias hidrográficas. O projeto de perfuração do poço deve ser realizado pelo responsável técnico da empresa perfuradora contratada e devidamente credenciada no CREA-RJ (Conselho de Engenharia e Arquitetura).
Há um processo de licenciamento ambiental apenas para a perfuração do poço, fora todo processo para ter a Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos, que é um pouco demorado, apesar de haver avanços na desburocratização no licenciamento ambiental. Essa outorga é o documento que assegura o controle da quantidade e qualidade dos usos da água e dá o direito de utilizar da água. Isso dá apenas o direito de uso, quem tem a outorga não é dono da água, apenas tem o direito de utilizá-la de acordo com os parâmetros da lei, ou seja, por um prazo determinado e com uma finalidade específica.
Por isso há a Declaração Anual de Uso de Recursos Hídricos (DAURH). Nessa declaração, todos os outorgados pela Agência Nacional de Águas (ANA), todos os que têm direito ao uso das águas, precisam declarar quanto tem captado ou lançado durante o ano. Por exemplo, uma empresa que tem autorização para utilizar das águas de um poço artesiano precisa declarar quanto tem captado de água todos os meses do ano anterior.
E, além de todo processo burocrático do licenciamento para perfuração do poço, toda regulamentação para obter a Outorga da água, são pagas taxas ou impostos pelo uso da água, devido ao tipo de licença para uso da água.
Também é importante salientar que devem ser feitos periodicamente laudos químicos para verificar a potabilidade da água do poço artesiano. Isso evita contaminações e doenças na população. Pois a água para consumo humano deve ser potável.
Há um mito de que toda água de poço é pura e não é verdade. É preciso verificar a qualidade da água, por isso o poço só pode ser perfurado por uma empresa especializada e com respaldo ambiental. Há lençóis freáticos ou aquíferos que podem estar contaminados e comercializar essa água pode gerar grandes danos à população.
Há empresas que além de utilizarem poços clandestinos para obter vantagem, ainda utilizam de meios mais perigosos para obter dinheiro fácil.
Na matéria acima, em Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio, os responsáveis foram indiciados por captar água de uma piscina abandonada de um antigo parque aquático da região e vender para a população. Há empresas que furtam água da CEDAE e vendem de forma irresponsável, como se estivessem de acordo com a lei.
É importante estar atento. Empresas sérias precisam passar por toda burocratização da lei, pagar impostos, fazer laudo químico da água, entre outros fatores para poder comercializar a água, no caso de empresas que possuem poço próprio. Já as empresas que compram água da CEDAE para revender, recebem um recibo que comprova que a água veio de fato da CEDAE.
O transporte de água faz parte de toda história da humanidade e o caminhão-pipa faz parte da evolução desse processo. Desde as cabaças de água na cabeça e os aguadeiros até o transporte de 30.000 litros de água em um único caminhão-pipa.
Mas, todo esse avanço e maior praticidade na distribuição e entrega de água traz mais responsabilidades sociais e ambientais, pois a empresa de caminhão-pipa precisa estar de acordo com a legislação, atendendo a todas as exigências que garantem segurança à população, como a autorização junto ao INEA para perfurar um poço em local adequado seguindo as normas ambientais, e também a Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos, laudos químicos constantes da água entre outros.
Tudo isso gera um grande custo que uma empresa clandestina não tem, e por isso consegue oferecer preços muito mais baratos. Porém preço baixo não é sinônimo de qualidade.
Fique de olho e fuja de preços muito baixos, pois isso quer dizer que a empresa que está fornecendo água em caminhão-pipa pode ser clandestina e sua saúde corre perigo. Avalie e busque empresas que possuam Outorga da Água em caso de poço próprio ou exija o recibo da CEDAE em caso de empresas que revendem água da concessionária. Sempre verifique a procedência da água e a credibilidade da empresa de caminhão-pipa.
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Até a próxima!
